O Santos mesmo conseguindo manter o empate sem gols contra a Chapecoense, jogando fora de casa, mais uma vez, mostrou dificuldades na assimilação do esquema tático proposto pelo treinador. A confirmação da demissão de Jair Ventura não me surpreendeu, pois o Peixe sempre teve características ofensivas em seu DNA e Jair sempre foi conservador na montagem de suas equipes. Acredito que houve incongruência de ideias que abreviaram sua saída.

O Santos vem apresentando falhas graves principalmente no setor criativo, depois da saída de Lucas Lima para o Palmeiras. Contra a Chapecoense, o técnico testou o meio-campista argentino Emiliano Vecchio, que não conseguiu dar a velocidade necessária a este setor.

O Santos, além do meio-campo, possui lacuna na posição de atacante de referência. Jair Ventura também não conseguiu encaixar nenhuma das opções do elenco, a ponto de ter o mesmo rendimento que Ricardo Oliveira apresentava em temporadas anteriores. E, estes problemas parecem estar preocupando os dirigentes, pois o Santos foi um dos clubes que mais trabalhou na busca de reforços no mercado de transferências durante a parada dos jogos para a disputa da Copa do Mundo.

Com Ricardo Gomes fazendo parte da diretoria creio que a escolha será bem planejada, principalmente pelo período decisivo em que estão os campeonatos. Como Jair Ventura é da nova geração de técnicos e não deu certo, a escolha deverá ser criteriosa para que a passagem do futuro técnico seja mais duradoura.

Pelo momento vivido na temporada, acredito que o perfil mais acertado seria de um técnico experiente que saiba transformar as adversidades em sistema produtivo, dando o mínimo de organização sem a necessidade de esquema inovador.

Para não fazer a equipe sofrer muito com mudanças drásticas de filosofia acredito que Zé Ricardo seja uma boa opção, por ser relativamente jovem e já ter trabalhado no Flamengo com relativo sucesso. Além disso, sabe trabalhar com jovens e possui características ofensivas que podem aproxima-lo mais do comando técnico do Santos. 

A efetivação de Serginho Chulapa não deve estar descartada. Isto, se real, deverá estar condicionada a conquista de resultados positivos que a equipe conseguir em curto prazo com seu comando. Se isto ocorrer, o Santos será mais um clube que prefere ter gastos menores com o comando técnico, direcionando verba para qualificar o elenco, da mesma forma que fizeram Corinthians e Flamengo nos últimos anos.