A depressão é um distúrbio afetivo que gera tristeza profunda, uma perda generalizada de interesse, falta de ânimo, prazer e algumas oscilações de humor. Mas engana-se quem pensa que existe apenas um tipo de depressão. Existem vários tons sob a tenda da depressão como por exemplo, a possibilidade de ser leve ou grave, curta ou crônica, além de alguns eventos que podem desencadear os sintomas como o nascimento de um bebê.
Saber os tipos de depressão e ser diagnosticado corretamente ajuda tanto os médicos quanto os pacientes."As pessoas parecem confortadas em saber o que está acontecendo com elas", diz Sarah Noble, uma psiquiatra da Einstein Healthcare Network, na Filadélfia. "Pelo menos eles têm uma resposta para porque eles estão experimentando o que estão experimentando", continua. Listamos aqui os diferentes tipos de depressão e o que se pode fazer com cada um deles.
Esse tipo de depressão é conhecido também como depressão maior ou depressão clínica. Segundo critérios de diagnósticos publicados pela Associação Americana de Psiquiatria, as pessoas têm que apresentar pelo menos cinco sintomas por mais de duas semanas para serem diagnosticadas com esse transtorno. Os sintomas podem ser tristeza, vazio, inutilidade, culpa, perda de energia, apetite e pensamentos suicidas. Mas na maioria dos casos, a enfermidade é tratável.
Além disso, esse transtorno se subdivide em dois: depressão atípica e depressão melancólica. Aqueles que sofrem da primeira são mais condicionados a dormir e comer muito. E os que sofrem com o outro tipo têm uma dificuldade para dormir e possuem pensamentos cheios de culpa.
Existem casos das pessoas que sofrem com a depressão maior e que tentam vários antidepressivos sem obter muitos resultados com nenhum deles. E para essas, uma investigação completa tem que ser feita para que o diagnóstico consiga identificar outras causas psiquiátricas e médicas de seus sintomas. Com isso, os pacientes são aconselhados sobre medicamentos e duração do tratamento. E com esse processo, os médicos vão adequando os medicamentos e doses conforme o paciente responde.
As pessoas que apresentam sintomas depressivos, mas que não são os cinco requeridos para serem classificados como depressão maior, são considerados subsindrômica. É possível que essas pessoas tenham três ou quatro sintomas, ou talvez tenham ficadas deprimidas por uma semana e não duas. O que a psiquiatra Noble diz é que se a pessoa é capaz de ir trabalhar ou cuidar das responsabilidades do dia a dia, ela pode se beneficiar com o tratamento ou até mesmo medicação.
Os que têm o transtorno depressivo persistente (TID) apresentam um humor sombrio ou triste e pelo menos, dois sintomas da depressão por mais de dois anos. Nas crianças e adolescentes, esses transtorno pode ser diagnosticado com os sintomas de irritabilidade ou depressão durando por mais de um ano.
Os pacientes com esse tipo de depressão, para serem diagnosticados, têm que apresentar problemas de sono, baixa energia, baixa autoestima, falta ou excesso de apetite, pouca concentração, dificuldade para tomar decisões e desesperança. Esse tipo de depressão requer tratamento e uma combinação de medicação e psicoterapia.
Até 10% das mulheres, que estão na idade fértil, já tiveram o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). Ele é um tipo mais grave de TPM que pode desencadear depressão, ansiedade, irritabilidade e alguns sintomas externos uma semana antes da menstruação.
Segundo os cientistas, essas mulheres podem ter um sensibilidade fora do normal para as alterações hormonais no ciclo menstrual. O que pode ajudar nesses casos é tomar antidepressivos que sejam inibidores seletivos de recaptação de serotonina duas semanas antes da menstruação.
Esse tipo também é chamado de transtorno bipolar ou doença maníaco depressiva. E para que a pessoa seja diagnosticada, ela deve ter experimentado pelo menos um ataque de mania. A bipolaridade normalmente aparece em jovens adultos. Os números entre homens e mulheres são iguais, mas os homens tendem a ir para o lado mais maníaco e as mulheres para sintomas mais depressivos.
A bipolaridade piora se não for tratada, mas pode ser controlada com estabilizadores de humor, medicamentos antipsicóticos e psicoterapia.
Algumas características como gritos e um temperamento estranho são típicas desse transtorno. Ele é bastante diagnosticado em crianças que lutam para regular suas emoções. Alguns outros sintomas são irritabilidade quase todo dia e a todo momento e problemas de socialização na escola ou em casa. Ele é tratado com medicamentos, psicoterapia e treinamento dos pais para que eles saibam como lidar com as crianças.
Esse tipo afeta uma em cada quatro mulheres, e um em cada oito homens. Nas mulheres, ela é desencadeada pela mudança dos hormônios, fadigas e alguns outros fatores. Já nos homens, é pela mudança de papéis e estilo de vida.
Esse tipo de depressão pode começar a qualquer momento no primeiro ano depois que o bebê nasceu, mas ele é mais comum de aparecer logo após o nascimento. E a depressão pós-parto requer antidepressivos e/ou psicoterapia.
Esse é um tipo de depressão que, normalmente, acontece no outono ou inverno. As pessoas que sofrem com ele tendem a mudar o humor e a ter pouca energia. Além do que, podem comer demais, dormir demais, ganhar peso e se afastarem do convívio social. Os que correm o maior risco de ter esse tipo de transtorno, são as mulheres e jovens adultos.
Ele é diagnosticado depois de pelo menos dois anos em que os sintomas sazonais são recorrentes. Ele é tratado com doses diárias de terapias de luz e às vezes com medicação.
Drogas sedativas são capazes de mudar seu humor e sintomas como depressão, ansiedade e perda de interesse em qualquer atividade prazerosa podem aparecer depois do abuso de alguma substância ou em um período de abstinência. E as substâncias que podem levar a essa depressão são álcool, analgésicos e benzodiazepínicos, que agem diretamente no sistema nervoso central. Para que esse tipo de transtorno seja diagnosticado, os médicos têm que descartar outras possíveis causas de depressão.
As pessoas que sofrem com depressão psicótica severa acompanham usas crises com a psicose, que é definida como perda de contato com a realidade. Os sintomas da psicose, normalmente, são alucinações e delírios. Para esse transtorno, os médicos prescrevem antidepressivos e medicamentos antipsicóticos para tratar a depressão psicótica.