Trocar as listras vermelhas da camisa por pretas, usando um uniforme todo negro, em luto, até o fim do ano. Essa é uma ideia que a diretoria do Flamengo está analisando como forma de homenagear os dez atletas das categorias de base que morreram na última sexta-feira, depois de um incêndio no Ninho do Urubu.
A sugestão partiu de um dos membros do Comitê de Crise do Fla e não se resume à mudança no uniforme: o clube poderia reverter toda a receita a que teria direito com a venda das camisas para as famílias das vítimas.
A primeira reação dentro do clube foi ótima. Porém, para sair do papel, a ideia precisa passar por uma série de aprovações. O departamento jurídico, por exemplo, precisa descobrir se o estatuto rubro-negro permite a utilização de uma camisa toda preta. Já o marketing tem de verificar com a Adidas a possibilidade de fabricação de um modelo concebido fora da empresa.
Uma das certezas é de que o Flamengo usará um calção preto contra o Fluminense, nesta quinta-feira, pela semifinal da Taça Guanabara. Em outras três oportunidades, também em função do luto, o Rubro-Negro jogou com calção preto, devido às mortes do presidente Gilberto Cardoso, do jogador Geraldo e do técnico Cláudio Coutinho.
A diretoria também decidiu que a braçadeira destinada ao capitão será toda preta até o fim da temporada.
Embora as investigações não tenham terminado, o Flamengo foi avisado pela perícia que o incêndio no alojamento dos garotos foi causado por um curto-circuito em um ar-condicionado. Na madrugada de sexta-feira, por causa das fortes chuvas, ocorreram pelo menos oito quedas de energia, sendo três deles quase consecutivas. Na última, ocorreu a explosão, pegando os atletas de surpresa, dormindo, por volta das 5h10 da manhã.