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Trombose causada por anticoncepcional: sintomas e pílulas mais perigosas

Publicada em 09/01/20 às 10:48h

por Green Me


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O medo de ter trombose por uso de anticoncepcional faz com que muitas mulheres se preocupem quanto ao tipo de pílula usado e até busquem outros métodos contraceptivos. No entanto, o assunto ainda é envolto em detalhes e dúvidas que devem ser esclarecidas para prevenir - e às vezes remediar - o problema. Por exemplo, você sabe como identificar riscos e sintomas?  Esclarecemos esses e outros pontos a seguir.


O que é trombose?
Caracterizada pela formação de um coágulo na corrente sanguínea, a trombose pode bloquear o fluxo de artérias e veias de diversas partes do corpo. 


No caso da trombose venosa, a obstrução costuma ser nos membros inferiores e, se o coágulo se desprender, pode causar complicações graves como a embolia pulmonar. 

Já a trombose arterial pode parar o fluxo de importantes vias do cérebro, coração e outros órgãos, gerando Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou infarto agudo do miocárdio. 


De acordo com o cardiologista Rafael Belo Nunes, , do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, não há comprovação do real motivo da relação entre anticoncepcional e risco de trombose. 

Contudo, estudos apontam a teoria de que esse contraceptivo causa resistência às proteínas C-reativas, que são anticoagulantes naturais do organismo. Com isso, o sistema circulatório fica desequilibrado e mais propício a criar coágulos e, consequentemente, eventos relacionados à trombose.

Vale lembrar que nem todas as fórmulas são perigosas, sendo que as pílulas combinadas com estrogênio são as que estão mais relacionadas ao aumento de acometimentos vasculares e ainda que há outros fatores que podem aumentar ainda mais essa incidência.

nes, o uso de alguns tipos de pílula pode aumentar de 1,2 a 1,8 vezes a chance de desenvolver trombose arterial, quadro que causa AVC ou infarto agudo do miocárdio. Já o risco de ter trombose venosa fica de três a seis vezes maior ao tomar contraceptivo oral. Contudo, o especialista afirma que o risco absoluto é baixo mesmo com esses quadros.


O ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior complementa que a trombose normalmente ocorre em duas a três pessoas a cada 10 mil habitantes. Contudo, entre pessoas que usam pílulas perigosas, os números passam a ser de 5 a 9 eventos a cada 10 mil habitantes.


Um dos principais fatores para repensar o uso do anticoncepcional é a presença do histórico de doenças circulatórias e cardiovasculares na família.

A manifestação de trombofilia genética também é um motivo para considerar outros métodos contraceptivos. A condição é caracterizada pelo risco maior de eventos trombóticos devido a características genéticas que interferem na coagulação sanguínea. 

Além disso, acometimentos que causam imobilização, como paralisia, aumenta a chance de desenvolver o problema pois diminuem a circulação do sangue, que é um dos grande motivadores para a formação de coágulos. Obesidade, diabetes, hipertensão e idade maior de 35 anos são outros fatores de risco.

Nestes casos, o ideal é optar por métodos que não apresentam risco de trombose, como pílulas apenas com progesterona, DIU, anel vaginal ou anticoncepcional injetável. Entretanto, apenas um médico saberá diagnosticar o quadro corretamente e indicar a melhor alternativa para evitar gravidez. 


Se o risco de trombose é normalmente baixo, mesmo para mulheres que usam contraceptivo oral, o quadro não é o mesmo para tabagistas, já que a combinação de pílula com estrogênio e cigarro eleva drasticamente a chance de ter trombose.

“O risco aumenta principalmente para quem fuma mais de 15 cigarros por dia, passando de 5 para 40 eventos a cada 100 mil habitantes!”, alerta Rafael Nunes.

Sintomas de trombose causada por anticoncepcional


A trombose desencadeada pelo uso de contraceptivo oral é diferente dos demais quadros da doença. Sendo assim, os sinais podem ser divididos de acordo com o tipo de quadro trombótico apresentado. 

Sintomas de trombose venosa 

Esse tipo de trombose pode ser assintomático. Contudo, uma parcela dos pacientes apresenta as seguintes manifestações:

Dores nos membros inferiores
Inchaço na perna afetada
Alteração da coloração da pele, que passa a ter uma tonalidade vermelha escura ou azulada
Casos que já evoluíram para embolia pulmonar podem apresentar:

Falta de ar aguda
Comprometimento da oxigenação do pulmão
Pressão baixa
Falência dos órgãos
Sintomas de trombose arterial


Os sintomas de trombose arterial estão associados ao tipo de quadro apresentado. Os mais comuns são AVC e infarto.

AVC
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns de AVC incluem: 

Déficit de mobilidade, como paralisação, dormência ou fraqueza de um lado do corpo 
Dificuldade na fala
Alterações visuais
Alguns tipos de dores de cabeça podem indicar AVC, como a cefaleia súbita e incomum
Infarto
Grande parte das pessoas que tem infarto não sabe que está passando pelo problema, visto que os sintomas costumam ser comuns a outros acometimentos, como:

Dor no peito
Arritmia
Formigamento unilateral
Mal-estar
Enjoo
Vômito
Suor frio
Dificuldade de respirar
Queimação no estômago

Um estudo publicado na revista médica britânica The Lancet também indica que há alguns sintomas iniciais de infarto um mês antes de ele acontecer, como distúrbios respiratórios, dor no tórax não específica e desmaios.


Nem todas as pílulas elevam o risco de trombose. As que aumentam a incidência da doença são as do tipo “combinado”, que unem derivados do estrogênio (geralmente na forma de etinilestradiol ou estradiol) a outro hormônio.

Os especialistas entrevistados nessa matéria explicam que mesmo assim não é preciso se preocupar demasiadamente, já que a chance de ter trombose é pequena mesmo para quem ingere esses medicamentos.

Apesar disso, especialmente quem apresenta fatores de risco deve ficar alerta e evitar marcas de anticoncepcionais combinados, como:

Também há indícios de que especialmente as pílulas combinadas com drospirenona aumentem chance de trombose. É o que indica um relatório de 2012 do órgão governamental norte-americano Food and Drug Administration (FDA), que regula medicamentos nos Estados Unidos, após analisar seis estudos que atestaram o crescimento da incidência. Entre esses tipos, estão nomes famosos como Yaz, Yasmin e Elani.


Mulheres que apresentam fatores de risco para trombose e não querem partir para outros métodos contraceptivos podem apostar em pílulas simples. Também chamadas de minipílulas, elas contém apenas o hormônio progesterona, que costuma surgir na forma de desogestrel, linestrenol ou noretisterona. Algumas marcas que apresentam esses compostos são:


Recentemente, uma nova preocupação passou a povoar a mente das mulheres: como prevenir gravidez se os métodos hormonais podem causar trombose? Nessa onda, o DIU (Dispositivo intra-uterino) - esquecido desde a década de 90, quando ganhou a fama de ser ineficaz - voltou ao centro das atenções. Mas será que ele é mesmo seguro? Descubra a seguir.


O DIU de cobre, por não conter substâncias hormonais – as responsáveis pelos casos de trombose – não tem qualquer relação com a formação de trombos na corrente sanguínea, que pode causar Acidente Vascular Cerebral (AVC).



A ginecologista e obstetra Daniela Gouveia, da clínica Vivid, explica que apesar de também ser composto por hormônios, esse tipo de dispositivo não causa trombose. Ao contrário: um estudo dinamarquês publicado no periódico The British Medical Journal mostrou que o DIU hormonal reduz levemente o número de casos de trombose.Isso acontece porque ele possui apenas o hormônio progesterona e é o estrogênio, presente nas pílulas, que está relacionado ao problema vascular. Outros estudos já mostraram que ele - o estrogênio, das pílulas - pode também causar alterações cerebrais.










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