A ozonioterapia é uma terapia médica que consiste em administrar o ozônio no corpo, que é um gás composto por 3 átomos de oxigênio (O3), pois ajuda a melhorar a oxigenação dos tecidos, a aumentar a resposta do sistema imunológico a doenças infecciosas como feridas infectadas ou HIV, e ajudar a aliviar a dor crônica causada pela artrite reumatóide ou fibromialgia, por exemplo.
A administração do ozônio deve sempre ser realizada por um profissional de saúde, como médico ou enfermeiro, podendo ser aplicado por injeção direta no músculo, entre as vértebras ou nas articulações, além da insuflação retal, nasal, vaginal ou bucal. Além disso, a ozonioterapia pode ser realizada através da auto-hemotransfusão, em que se retira o sangue da pessoa, adiciona-se ozônio nesse sangue e, em seguida, faz-se a transfusão do sangue ozonizado.
Embora seja uma terapia segura e com poucos efeitos colaterais, a ozonioterapia é indicada somente como um tratamento alternativo para auxiliar no combate a doenças crônicas, e não substitui o tratamento médico convencional.
Ozonioterapia: o que é, para que serve e como é feita
Para que serve
A terapia com ozônio funciona aumentando a quantidade de oxigênio nos tecidos e interrompendo processos não saudáveis no corpo, como o crescimento de bactérias patogênicas se houver uma infecção, ou impedindo alguns processos oxidativos, podendo por isso ser usado para auxiliar diversos problemas de saúde:
1. Problemas respiratórios
A ozonioterapia pode ser usada para auxiliar no tratamento de problemas respiratórios como asma, bronquite ou DPOC, por exemplo, pois promove a entrada de maior quantidade de oxigênio no sangue e nos tecidos corporais, reduzindo o estresse nos pulmões e ajudando a aliviar os sintomas como falta de ar, por exemplo.
Alguns estudos mostram que a aplicação do ozônio na veia ou a injeção de ozônio misturado com sangue feita através da auto-hemotransfusão, pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e a capacidade de realização de atividades físicas em pessoas com DPOC.
Embora o uso da ozonioterapia possa trazer benefícios para os problemas respiratórios, o ozônio também é considerado um poluente do ar e não deve ser inalado ou utilizado em purificadores de ar, pois pode irritar ou danificar os pulmões e piorar as doenças respiratórias.
2. Doenças autoimunes
A ozonioterapia pode trazer benefícios para pessoas com o sistema imunológico debilitado e ajudar no tratamento de doenças autoimunes como esclerose múltipla, artrite reumatoide, ou miastenia gravis, por exemplo, pois o ozônio melhora a circulação sanguínea, ativa enzimas antioxidantes e reduz os danos nas células causados pelos radicais livres.
Desta forma, a ozonioterapia estimula e reforça o sistema imunológico, melhorando a sinalização entre as entre as células durante o desencadeamento das respostas imunes, o que ajuda no tratamento de doenças autoimunes. Veja outras formas de aumentar a imunidade.
3. Tratamento da infecção pelo HIV
Um estudo mostrou que a ozonioterapia, principalmente quando feita através da auto-hemotransfusão, pode ajudar a reduzir a carga viral em pessoas com HIV, o que significa menos vírus presente no corpo, o que pode ajudar a melhorar a saúde a longo prazo.
Isto ocorre porque o ozônio tem ação antimicrobiana e ajuda a melhorar a ação do sistema imunológico, o que pode ser uma opção de tratamento complementar para a infecção pelo HIV.
É importante ressaltar que a ozonioterapia pode ser feita para auxiliar o tratamento da infecção pelo HIV, e não trata e nem cura a infecção pelo vírus, não substituindo o tratamento médico convencional. Veja como é feito o tratamento da infecção pelo HIV.
4. Tratamento do câncer
Alguns estudos mostram que a ozonioterapia pode ajudar a auxiliar no tratamento do câncer, por reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia ou radioterapia como cansaço excessivo, náuseas, vômitos, mucosite ou queda de cabelo, por exemplo, melhorando o bem-estar físico e mental e resultando em melhor qualidade de vida.
Além disso, a terapia com ozônio pode ajudar a melhorar a eficácia do tratamento do câncer de cólon por inibir citocinas, substâncias responsáveis por estimular o crescimento de células cancerígenas e causar resistência à quimioterapia.
No entanto, ainda são necessários mais estudos para a utilização da ozonioterapia como forma de tratamento auxiliar no combate ao câncer.
5. Tratamento de infecções
A ozonioterapia também pode ser utilizada para ajudar no tratamento de feridas infectadas ou doenças infecciosas da pele causadas por bactérias, vírus, fungos ou parasitas, como herpes zoster, abcessos ou frieira, por exemplo, pois o ozônio pode inibir o crescimento celular e aumentar a ativação do sistema imunológico para combater infecções.
Alguns estudos mostram que o ozônio tem ação contra as bactérias Acinetobacter baumannii, Clostridium difficile e Staphylococcus aureus, além do fungo Candida , responsável por causar candidíase vaginal ou intestinal.
Além disso, a ozonioterapia também tem sido usada na odontologia, para auxiliar no tratamento e na prevenção de cáries dentárias. Saiba como identificar e tratar uma cárie dentária.
6. Complicações da diabetes
A ozonioterapia também pode ajudar a reduzir o risco de complicações da diabetes, como úlcera do pé diabético ou problemas de cicatrização da pele, pois possui ação antioxidante, reduzindo o estresse oxidativo no corpo, além de melhorar a circulação sanguínea, ativar o sistema imunológico e reduzir a inflamação nos tecidos.
Um estudo mostrou que a ozonioterapia, em pessoas com úlceras do pé diabético, ajuda a fechar a ferida de forma mais rápida e a reduzir o risco de infecção na pele.
7. Doenças osteomusculares
A ozonioterapia pode auxiliar no tratamento de doenças osteomusculares como osteoartrite, bursite, síndrome do túnel do carpo, hérnia de disco ou distúrbio da articulação temporomandibular, por exemplo, pois tem ação antioxidante, anti-inflamatória e analgésica, além de melhorar a circulação sanguínea nos ossos e cartilagens, ajudando a reduzir a dor crônica causada pelo desgaste ou inflamação das articulações.
Um estudo mostrou que a aplicação do ozônio diretamente nas áreas afetadas, pode ajudar a reduzir significativamente a dor causada por doenças osteomusculares e melhorar a qualidade de vida.
Além disso, alguns estudos mostram que a ozonioterapia também pode ser usada para aliviar a dor crônica causada pela fibromialgia.
Ozonioterapia: o que é, para que serve e como é feita
Como é feito
O tratamento com ozônio deve ser realizado por um profissional de saúde, como médico ou enfermeiro, e pode ser feito utilizando técnicas diferentes que incluem:
Auto-hemotransfusão, em que é retirada uma quantidade de sangue da pessoa, que é misturada com o ozônio e depois é administrado novamente na pessoa via intravenosa;
Injeção de ozônio, que pode ser feita por via intravenosa, diretamente na veia, por via intramuscular ou entre os discos vertebrais, por exemplo;
Aplicação cutânea, que é realizada aplicando o gás diretamente na pele, caso se pretenda tratar uma ferida, como no caso úlcera do pé diabético;
Insuflação retal, que é feita com o uso de um dispositivo para soprar ozônio e oxigênio através de um catéter no intestino. Além disso, a insuflação de ozônio também pode ser realizada em outras cavidades do corpo como nariz, boca ou vagina.
Banho de gás, que é feito colocando a pessoa em uma câmara cheia de gás ozônio para inalação em pequenas quantidades e por curto período de tempo.
O tipo de tratamento varia de acordo com a indicação médica e deve ser realizada de forma individualizada, dependendo da condição a ser tratada.
Possíveis efeitos colaterais
A ozonioterapia é segura e possui poucos efeitos colaterais, no entanto, pode causar irritação da pele, hematomas ou dor no local da injeção.
Além disso, quando o ozônio é utilizado em quantidades excessivas ou por períodos prolongados através do banho de gás por via inalatória, pode causar danos nos pulmões e problemas respiratórios, e por isso, esse método não é muito realizado na prática clínica.
Quando não deve ser usado
A ozonioterapia não deve ser feita em crianças, mulheres grávidas ou em amamentação, em pessoas com infarto agudo do miocárdio, hipertireoidismo não controlado, intoxicação alcoólica ou problemas sanguíneos, especialmente trombocitopenia.