Criado pela Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em 1993, o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, convida os países signatários da Agenda 21, o plano global de metas ambientais da entidade, a registrar atividades concretas em prol da conscientização do uso e consumo da água.
No Brasil, a celebração ao Dia Mundial da Água vem acompanhada dos primeiros avanços do Marco Nacional do Saneamento, aprovado pelo Congresso em 2020, que prevê a universalização dos serviços de saneamento básico no país até 2033, com 99% da população brasileira assistida com água potável e 90% de tratamento de água e esgoto.
O acesso a água tratada e coleta de esgoto é um direito universal, tanto que ele é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, mas milhões de brasileiros ainda não contam com esse serviço. Segundo dados da Trata Brasil, Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) formada por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país, atualmente 46% da população brasileira não tem acesso à coleta de esgoto adequada.
Para atingir as metas previstas pelo Marco do Saneamento, o governo federal prevê realizar investimentos de R$ 70 bilhões em saneamento básico nos próximos 13 anos. A expectativa é que o investimento privado acompanhe a escalada. “O Novo Marco do Saneamento deve atrair investimentos estimados entre R$ 500 e R$ 700 bilhões até 2033. Para isso, o país vai demandar 700 mil toneladas adicionais de cloro por ano, um volume 40% superior à produção de 1,57 milhão de toneladas no ano passado”, diz Mauricio Russomano, CEO da Unipar, empresa líder na produção de cloro e soda na América do Sul e a segunda na produção de PVC na região.
Com a participação de investimentos da iniciativa privada os recursos aplicados no setor cresceram quase 1.000% em um ano. Desde a sanção do Marco Legal do Saneamento já foram realizados oito leilões para concessões do serviço de saneamento básico. Somados, esses processos angariaram investimentos de R$ 37,5 bilhões, que resultaram em 137 obras entregues para atender cerca de 7,5 milhões de pessoas.
Com a expansão das obras de saneamento básico a demanda do setor por insumos para o tratamento de água também deverá subir. Segundo estimativa da Unipar, em 2021 o Brasil produziu 1,57 milhão de toneladas de cloro e esse volume deve crescer na ordem de 40%.
Com foco nessa demanda, a Unipar planeja implantar novas plantas para produção de insumos para o tratamento de água nos estados da Bahia e Pernambuco, no Nordeste do Brasil – região que terá grande concentração de investimentos a partir do Marco Legal do Saneamento.
Dentre os insumos, o cloro e derivados são utilizados para tratar água potável, enquanto o hipoclorito de sódio é usado na limpeza de piscinas e efluentes industriais, além de ser matéria-prima para fabricação de água sanitária.
O PVC também deve registrar um aumento na demanda com o Marco Legal do Saneamento, sendo um dos principais materiais utilizados na construção de tubulações para o escoamento de água e esgoto.
“A produção de tais insumos é fundamental para diversos segmentos econômicos, como a indústria têxtil, de papel e celulose, alumínio, brinquedos, sapatos, alimentos, bebidas, remédios, materiais hospitalares e a construção civil. Além disso, tem papel essencial no tratamento da água consumida por milhões de pessoas”, analisou Russomanno.
Como parte de sua missão, a Unipar ainda realiza doações de cloro e hipoclorito de sódio para o tratamento de água. Exemplo é a doação de insumos para a Sabesp, companhia de abastecimento de São Paulo, tratar 1,2 milhão de litros de água de reuso para abastecimento das cidades de São Paulo, Cubatão e Rio Grande da Serra. Dentro do mesmo programa a empresa também doou 400 mil sabonetes à população de baixa renda e 200 toneladas de hipoclorito de sódio, insumo utilizado para produção de 1,2 milhão de litros de água sanitária.
Agenda sustentável transforma processos industriais
A universalização dos serviços de saneamento básico possibilita diversos benefícios para a sociedade, como a melhora em indicadores da saúde pública, diminuição da mortalidade infantil, estímulo à economia e mais qualidade de vida de forma geral. Essa agenda também opera transformações em processos industriais, que precisam ser adequados às metas de preservação do meio ambiente.
“Em 2030, no longo prazo, a entrega das metas estabelecidas no curto e médio prazo levará a empresa a novos números e à base para a construção de uma nova fase. Com a redução de 15% na intensidade do uso de água, e 15% de reuso do insumo, além da redução da emissão de gases do efeito estufa em 30%”, finaliza Russomanno.