O momento da amamentação é único na vida de uma mulher, mas também, é nessa fase que ela está mais suscetível à mastite.
Trata-se de uma inflamação aguda que afeta o tecido mamário e pode atingir uma em cada quatro mulheres durante o período de amamentação.
Por isso, se você está amamentando, é bom conhecer os sintomas para iniciar o tratamento precoce o mais rápido possível.
Causas e sintomas da mastite
O leite materno é o melhor alimento que um bebê pode ter, pois supre todas as necessidades nutricionais até os seis meses vida.
Além de fácil digestão, fortalece o sistema imunológico, melhora o crescimento e o desenvolvimento da criança.
No entanto, após algumas semanas amamentados você pode começar a sentir “alfinetadas e agulhadas no seio”, causando dor na mama e desconforto na região.
Saiba que esses sinais podem indicar que você está com mastite, causada pelo acúmulo de leite ou por algum bloqueio no ducto mamário.
Nesse caso, o leite não consegue passar e sair das mamas, o que faz com que ele acabe voltando e provocando a inflamação.
Ducto mamário: canal onde passa o leite.
Outro fator que pode causar a mastite são as bactérias da pele da mulher e/ou da boca do bebê.
ganismos penetram no ducto mamário, entram em contato com o leite que está acumulado nas mamas, acabam se proliferando e causando o processo inflamatório.
Dentre os sinais e sintomas, estão:
Sensação de queimação durante amamentação;
Vermelhidão na pele da região;
Sensação de calor e inchaço nas mamas;
Nódulo (área dura) mamário;
Secreção branca ou manchas de sangue saindo do mamilo;
Febre, calafrios, cansaço e mal-estar geral.
Embora seja mais comum em mulheres que estão amamentando, a mastite também pode afetar mulheres que não amamentam e até mesmo os homens.
Os fatores de risco são:
Colocar a alça de bolsas ou sacolas pesadas comprimindo os seios;
Uso de sutiã muito apertado;
Apresentar “rachaduras” nos mamilos;
Piercing nos mamilos;
Depilar os pelos ao redor dos mamilos;
Ter prótese nas mamas;
Doenças crônicas na pele, como eczema;
Ser diabético;
Sistema imunológico baixo;
Uso de alguns medicamentos corticoides;
Cansaço ou estresse excessivos;
Fumar e não ter uma alimentação saudável.
Por que a mastite deve ser tratada?
Além de tornar a amamentação desconfortável e dolorosa, a mastite pode progredir para uma inflamação do tecido mamário.
Com isso, provoca uma estagnação do leite, causando uma alteração no sabor causada pelo aumento da concentração de sódio.
Como consequência, o bebê irá recusar o leite, comprometendo a amamentação.
De acordo com um estudo do Comité de Lactancia Materna, da Espanha, a mastite é uma das principais causas de abandono da amamentação.
Além disso, caso se torne crônica, é possível que seja necessário um procedimento cirúrgico para remover o abscesso.
Cuidados e remédios naturais
Nem sempre é preciso recorrer a antibióticos e outros remédios químicos para combater a mastite.
Afinal, existem alguns hábitos e remédios naturais que podem te ajudar.
Confira!
Extraia o leite de forma manual ou com uma bomba até que ele comece a fluir;
Amamente em posições diferentes e também faça massagem suaves nos seios durante a amamentação, para obter o máximo esvaziamento.
Consuma probióticos específicos para o leite – converse com seu médico e peça as opções para ele, mas já adiantamos que a cebola é um deles.
Folhas de repolho
O repolho possui ação anti-inflamatória e antioxidante que, em contato com a pele, penetram no tecido mamário.
Com isso, age na vasoconstrição local, diminuindo o fluxo sanguíneo, o inchaço dos seios e melhora a drenagem linfática, aliviando o desconforto causado pela mastite.
Segundo estudo do Hospital Universitário Nacional de Cingapura, as folhas de repolho ajudam a reduzir a dor e a dureza dos seios.
Mas, de acordo com uma revisão da Universidade de São Paulo (USP), a melhora dos sintomas da mastite se dá quando a folha é aplicada em forma de compressa fria.
Para isso, lave bem as folhas de repolho, se possível orgânicas, e deixe na geladeira por meia hora.
Em seguida, coloque-as frias sobre o peito afetado, faça um buraco na região da aréola, deixando-a sem cobrir, para evitar a contaminação.
Deixe as folhas agir por aproximadamente 15 minutos, retirando em seguida – faça esse tratamento duas vezes ao dia.
Vinagre de maçã
O vinagre de maçã, de preferência orgânico, contém propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias que ajudam a aliviar a inflamação e reduzir a infecção.
Misture meia xícara de vinagre em meia xícara de água morna, molhe uma toalha fina e limpa.
Em seguida, aplique em forma de compressa sobre o peito inflamado, deixando agir por dez minutos.
Aloe vera (babosa)
O gel de aloe vera (babosa) é analgésico e antibacteriano, por isso, ajuda a diminuir a dor e evita o crescimento de bactérias nos seios.
Extraia o gel da folha de babosa, remova a aloína – substância tóxica que causa irritações e reações alérgicas -, veja aqui como fazer esse procedimento.
Em seguida, aplique sobre as mamas afetadas, deixe secar e retire com água morna.
Óleo de coco
O óleo de coco é um excelente antisséptico natural e hidratante, além de ser emoliente.
Por isso, alivia o desconforto causado pela mastite, pois suaviza, hidrata e refresca a pele.
Aplique-o sobre o seio inchado e deixe agir por 15 minutos no local.
Tintura de calêndula
A calêndula tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas que ajudam a aliviar a sensação de rigidez no seio, dor e coceira.
Umedeça um cotonete na tintura de calêndula e faça massagens suaves no seio afetado.
Observação: você pode comprar a tintura de calêndula em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e lojas online.
Veja aqui a receita de tintura de calêndula para fazer em casa
Atenção
Depois que aplicar qualquer um dos remédios indicados acima, lembre-se de limpar o seio antes de amamentar seu bebê.
Se mesmo após tomar esses cuidados e experimentar diferentes remédios naturais, o problema continuar, consulte um médico rapidamente.