Cerca de 70% das pessoas que sofrem um derrame não retorna ao trabalho depois do acidente vascular cerebral e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia.
O problema é que apesar da gravidade da doença muita gente ainda não sabe identificar os sintomas e como se prevenir.
O AVC (ou derrame, no popular) acontece quando o suprimento de sangue que vai para o cérebro é interrompido ou drasticamente reduzido, privando as cédulas de oxigênio e de nutrientes.
Ou, então, quando um vaso sanguíneo se rompe, causando uma hemorragia cerebral.
Entre as causas dessas ocorrências, estão a malformação arterial cerebral (aneurisma), hipertensão arterial, cardiopatia, tromboembolia (bloqueio da artéria pulmonar).
São os chamados “AVCs silenciosos”.
Na maior parte dos casos, os derrames deixam sequelas importantes, já que a parte do cérebro afetada controla as principais funções do corpo.
Como dissemos, aqueles que sofrem acidentes vasculares cerebrais muitas vezes experimentam fraqueza muscular, perda repentina de visão ou visão dupla, ou dificuldade para falar.
Mas especialistas alertam: nem todos os sintomas de acidentes vasculares cerebrais são iguais.
Eles dependem da porção do cérebro afetada ou da gravidade do coágulo.
E as mesmas pessoas que têm maior risco de sofrer um derrame com sintomas aparentes podem ter um AVC silencioso, de acordo com Tarpley.
Cen Zhang, médico, professor assistente de neurologia e neurologista de AVC no Comprehensive StrokeCenter da NYU Langone Health explicou exatamente o que esses fatores de risco implicam: “À medida que as pessoas envelhecem, há um aumento significativo no risco de acidente vascular cerebral. A pressão alta é outro grande risco para derrames silenciosos e derrames evidentes também. A síndrome metabólica, que inclui fatores de risco para diabetes e doenças cardíacas, também pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral silencioso”.
Além disso, podemos dizer que o estilo de vida adotado por cada pessoa, como sedentarismo, má alimentação, sobrepeso, obesidade, tabagismo, uso de drogas e excesso de bebidas alcoólicas, pode desencadear um AVC.
E mesmo pessoas adeptas de um estilo saudável podem ser vítimas de um derrame silencioso, inclusive durante a prática de exercícios.
É que cerca de 5% da população mundial tem aneurisma, ou seja, uma malformação nas artérias cerebrais.
A maioria das pessoas vai viver com o aneurisma sem nenhum problema.
Mas, caso ele se rompa, pode ser fatal ou deixar sequelas.
Uma das causas do rompimento de aneurismas cerebrais é justamente a “hipertensão arterial esportiva”.
Vamos explicar: durante a prática esportiva, há picos de pressão.
Caso a pessoa tenha um aneurisma, haverá mais chances de que ele se rompa durante um esforço físico, gerando uma hemorragia cerebral, conhecida popularmente como derrame.
Em alguns casos, o termo acidente vascular cerebral silencioso pode ser usado para descrever um derrame com sintomas muito sutis, de acordo com o doutor Tarpley, como dor de cabeça ou tontura.
Aqueles que sofrem de múltiplos acidentes vasculares cerebrais silenciosos podem sofrer alterações na função cognitiva causadas pela acumulação de danos no cérebro.
Isso pode incluir dificuldade com memória e mudanças de humor.
Mesmo assim, essas mudanças podem passar despercebidas.
E atenção: aqueles que já experimentaram um derrame silencioso não devem descartar a gravidade do problema.
Até mesmo os AVCs silenciosos têm um efeito prejudicial ao cérebro.
Muitos neurologistas acreditam que um derrame silencioso é um fenômeno que pode anteceder (ou avisar) a chegada de um AVC mais devastador.
Como detectar a possiblidade de ter um derrame silencioso?
Um dos exames indicados é a angiotomografia, que permite diagnosticar a existência de aneurisma no cérebro antes do rompimento, que poderá ser corrigido via cirurgia.
A recomendação é particularmente válida quando há casos de aneurisma/AVC na família, pois há mais risco de incidência.